Nesses últimos anos uma coisa que não mudou muito foi a alta dos preços. Talvez nesse ano (2017), o negócio tenha ficado um pouco melhor.
Nossa é dificil falar em melhor, mas vamos falar sério, tirando o preço dos combustíveis (aqui falo da gasolina e do gás de cozinha) os preços não subiram tanto.
O leitor poderá conferir em meu artigo os seguintes tópicos:
- 1 – Inflação, quem é você?
- 2 – 2015, um bom exemplo!
- 3 – 2015, o ano da super inflação!
- 4 – Índices que medem a inflação.
- 5 – Quais sãos os impactos da inflação sobre nossos investimentos?
- 6 – O papel do Banco Central
- 7 – A meta!
- 8 – A inflação atualmente
- 9 – Como se proteger da inflação?
Mas porque o preço sobe? Aí te falam que é a tal da inflação. Mas o que é a inflação, o que significa isso?
1 – Inflação, quem é você?
Pesquisando no dicionário consegui essa definição para inflação:
Aumento geral, sistemático e contínuo dos preços que, juntamente com a diminuição do poder aquisitivo da população, provoca uma enorme desvalorização do dinheiro.
O leitor conseguiu entender o que é a inflação? Bom, saber que inflação é sinônimo de alta nos preços, não é uma grande novidade, na verdade, é um fato que todos nos sabemos.
Mas entender a inflação em si, ou melhor, o que ela acaba provocando, ou como ela inicia é outras historia. Nesse artigo caros colegas, eu vou falar tin-tin por tin-tin.
2 – 2015, um bom exemplo!
Em 2014 houve as eleições para presidente. De um lado a Dilma e do outro Aécio Neves. A candidata da situação alegava que estava tudo sobre controle, e assumia que havia certa turbulência no mercado, mas que tudo estava dentro do esperado. Inflação estava dentro do teto da meta (na época o centro era 4,5% e o topo era 6,5%).
Já o candidato da oposição falava que não era bem assim. A inflação estava descontrolada e o desemprego estava subindo. Ou seja, o negócio não tava bom.
Mas então quem tinha razão? Tecnicamente, os dois estava certos e errados ao mesmo tempo. A inflação em 2014 tecnicamente ficou dentro do teto da meta. O que houve na verdade, é uma ruptura em 2015.
Uma ruptura com os preços que estavam sendo controlados pelo governo. Isso foi o estopim para o inicio da inflação. Com relação ao desemprego, os números continuavam bons, o problema estava na modificação deles.
Enquanto o desemprego estava pairando nos 5% a 6%, a criação de empregos estava diminuindo, e ficando negativa. Ou seja, ao invés de criar empregos, o Brasil estava iniciando um processo de desemprego.
Tecnicamente, o plano econômico que estava sendo empregado no país nesse período, não estava mais surtindo efeito. As pessoas não tinham mais como consumir, e as empresas não estavam mais vendendo.
Ou seja, se a empresa não vende, ela não precisa manter mais aqueles funcionários, correto? Demissão então! Bom foi dessa forma, mais ou menos, que o ano de 2015 iniciou.
3 – 2015, o ano da super inflação!
O leitor se recorda que foi mencionando o controle sobre os preços? Pois então, realmente houve um certo controle. O governo federal, com o intuito de amortecer parte dos aumentos, que poderiam haver, acabou subsidiando muitas taxas e preços.
Desde a energia elétrica até os combustíveis. Tudo isso acabou sendo repassado em 2015, gerando um aumento expressivo nesses valores. Me recordo que antes do repasse dos valores da energia elétrica, eu estava gastando em minha residencial algo em torno dos R$ 80,00 ao mês, depois do repasse, minha conta facilmente passou para os R$ 100,00.
Para mim, pessoa física, parece que foi uma pechincha, o problema estava com as fabricas e empresas. O comércio também sentiu o aumento. Esses aumentos, precisam ser repassados ao consumidor, com o intuito de não gerar prejuízos as companhias.
O leitor já deve ter visto aonde tudo isso vai parar não é verdade? Na tua conta! Se o aumento de energia já é repassado de maneira direta, os outros aumentos vêm de pouquinho em pouquinho.
A gasolina também foi outro aumento que acabou caindo no bolso do cidadão. Depois, os supermercados repassaram preços, os correios, o comercio em si, todos repassando.
O consumidor, nós, pagamos essa diferença. Isso tudo faz parte da inflação. Sendo que não falamos de outros aumentos que ocorrem na época.
O valor do dólar também influencia bastante em nossa inflação. Por se tratar de uma moeda, quase que universal, ou seja, uma moeda onde todas as nações utilizam como moeda de compra e venda quando o assunto são negócios internacionais.
Quando o dólar fica mais caro, temos que automaticamente, pagar mais para conseguir determinado produto. As vezes, nem é um produto tecnológico que estamos falando. O trigo por exemplo, é um alimento que é cotado em dólar.
A mesma coisa acontece com o próprio petróleo, algodão, soja, entre outros. O simples aumento da moeda americana pode acabar disparando o valor de outros produtos.
Ajudando a elevar ainda mais a inflação aqui em terras tupiniquins! Ainda falando sobre os preços represados, houve outra coisa que o governo fez durante um bom período, e que acabou sendo repassado ao consumidor em 2015.
O IPI! Esse imposto estava reduzido, e em alguns produtos chegou a ser retirado, com o intuito de fomentar a indústria e o consumo. Um desse produtos que estou falando são os carros.
Bom, a partir do momento que você retira um imposto sobre um produto, o que acontece?
- O governo deixa de arrecadar, então aquele valor que a receita federal estava aguardando, mês a mês, talvez não venha mais.
- O produto pode acabar ficando mais barato, sendo assim, as pessoas vão estar mais propensas a comprar
- Outras companhias podem reduzir seus preços, uma vez que o investimento em novos veículos está mais barato
Esses três motivos são só alguns. Vamos continuar então, o que houve? Realmente as pessoas começaram a comprar mais carros, e a indústria automobilística se alavancou em suas operações aqui no Brasil.
Construiram mais fabricas e contrataram mais pessoas. Tudo excelente até aqui não é mesmo? Até os bancos ganharam com isso, uma vez que as pessoas continuaram a financiar seus veículos.
Se aumenta a venda, é provável que os financiamentos aumentem também. A linha branca de eletrodomésticos também se beneficio com a isenção de IPI por um bom período. Coisa parecida também ocorreu com esse setor da economia.
Mas quando chegou 2015, e boa parte desses benefícios acabou, houve um grande choque, tanto para os consumidores quanto para as indústrias.
Aquele carro que antes custava R$ 35.000,00, agora estava passando a valer R$ 40.000,00 ou até mais! Ou seja, a indústria não estava mais tendo procura, e portanto, a linha de produção começou a ficar parada.
Se não tem mais serviço, o que você faz com todos os funcionários? Demissão! E assim a inflação vai empregando seu efeito domino sobre o país e a economia, e porque não sobre as pessoas e seus investimentos?
Mas pera ai, os investimentos também sofrem com isso? Sim! A inflação é um dos piores inimigos dos seus investimentos!
Antes de continuar falando da relação da inflação com os investimentos, precisamos saber como funciona esse cálculos da inflação.
4 – Índices que medem a inflação.
Para determinar a inflação corrente de nosso país, o Brasil possui basicamente o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado).
Falando a verdade, existem mais uma serie de índices que tratam da inflação.Mas vamos se manter nesses dois, uma vez que os mesmos são muito utilizados como indexadores em diversos investimentos.
Principalmente o IPCA. O IPCA é um índice desenvolvido e calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Instituto do governo federal, que desenvolve várias pesquisas, dentre elas a contagem da população.
O IPCA leva em consideração vários números. Esses números estão relacionados a preços de produtos que fazem parte do dia a dia da população.
Desde os alimentos, até passagem de transporte, eletrônicos, planos de saúde entre outros. Resumindo, o IPCA leva em consideração o orçamento de famílias que ficam entre 1 e 40 salários mínimos. Praticamente toda a população brasileira.
Esse calculo é muito importante, uma vez que o mesmo mostra a evolução dos preços no contexto nacional. Identificar uma elevação nos preços, é algo muito importante e fundamental para o país.
Sem esses números, a população até pode sentir no bolso as diferenças nos preços, mas nunca vai conseguir mensurar essas oscilações. Através do IPCA a inflação fica mais transparente.
O IGP-M por sua vez, é elaborado por uma instituição privada, a fundação Getúlio Vargas. Atualmente o IGP-M é utilizado como indexado para a correção dos valores dos alugueis.
Além disso, boa parte dos produtos de renda fixa também possuem indexação ao IGP-M. Na realidade tanto o IPCA quanto o IGP-M são as formas mais utilizadas para corrigir os valores dos investimentos.
Um bom exemplo disso são os CRI. Onde é possivel encontrar CRI pagando desde DI até juros prefixados mais IPCA ou IGP-M. É preciso reconhecer que já existem alguns bancos fornecendo aos investidores outras opções.
A um tempo, o banco Intermedium chegou a oferecer LCI, tanto indexada ao IPCA quanto ao IGP-M. Fato positivo para os investidores. Por mais que as duas taxas representem de certa forma a inflação, elas possuem cálculos diferentes. Em outras palavras, o resultado de uma, as vezes pode ser bem diferente do que da outra.
Em 2017, por exemplo, o IPCA vem marcando alta próxima dos 3%, já o IGP-M está próximo dos -2,5%! Ou seja, ao invés de uma inflação, pelo IGP-M estamos tendo uma deflação!
Agora que já sabemos um pouco mais sobre as duas taxas de inflação, vamos saber como elas podem influenciar em nossos investimentos!
5 – Quais sãos os impactos da inflação sobre nossos investimentos?
Pode até ser uma novidade para o leitos, mas a inflação traz um impacto gigante para nossos investimentos. Vamos lá então, porque?
O primeiro motivos, e provavelmente um dos mais importantes, está relacionado ao ganho real. O leitor já compreende que a inflação representa a alta dos preços, correto? Então se o país possui inflação, significa que seus preços estão subindo.
Em outras palavras, se o café custava no inicio do ano R$ 1,00, e até o final do ano, sai o calculo do IPCA, e ele marca que houve uma inflação de 5%, é provável que o seu mesmo café, esteja custando, algo próximo dos R$ 1,05 (levando em consideração que nesse exemplo, aplicamos o IPCA diretamente no preço).
Seria mais ou menos assim que funciona. Mas então eu lhe digo uma coisa, se o seu R$ 1,00 que ficou, em uma aplicação que rendeu 3% ao ano. Quanto ele estaria valendo agora? R$ 1,03, correto?
Compreendeu? Se existe inflação no país, o investidor precisa ficar de olho em seu dinheiro. Mesmo aplicando, pode acontecer que no final da contas, o nosso dinheiro não esteja conseguindo rendimento suficiente para cobrir a inflação.
Ou seja, se no inicio do ano, o investidor conseguia comprar o cafezinho por R$ 1,00, ao aplicar o seu mesmo R$ 1,00, ele ao final do mesmo ano, teria menos dinheiro do que antes. Em outras palavras, o investidor acabou perdendo dinheiro.
Mesmo obtendo resultado positivo, a inflação acabou sendo superior a tal rendimento, tornando o ganho “desprezível”. Porém se o investidor tivesse aplicado seus recursos em um investimento, que pagasse ao menos 6% ao ano, ele teria conseguido ao final do ano, algo em torno de R$ 1,06.
Então o cafezinho ainda poderia ser adquirido, além de permanecer ao final com R$ 0,01! Aqui o investidor conseguir um ganho real! Fazendo a subtração da inflação junto ao rendimento, podemos concluir que houve ganho no final das contas.
É isso que o leitor deve fazer. Se existe um investimento que parecer ser interessante, então faça uma simulação antes, observando a expectativa de inflação para o período, e reduzindo essa taxa de seus rendimentos.
Atualmente o mercado financeiro possui uma imensidão de produtos. Desde as ações, até os ativos da renda fixa. Tirando um pouco as ações e outros produtos de renda variável, vamos focar aqui na renda fixa.
É possivel aplicar desde a poupança até os CDBs, LCIs, LCs e afins com taxas vinculadas ao DI que podem bater até os 120%. Pois bem, pegando a poupança logo de inicio.
Em 2015, o ano que utilizei como exemplo no inicio do artigo, falamos que a inflação terminou o ano bem elevada. Para ser direto, o IPCA de 2015 fechou próximo dos 10,67%. No mesmo período, a poupança rendeu pouco mais de 8%, então, as pessoas que deixaram o dinheiro na poupança durante todo o ano de 2015 obtiveram um resultado negativo, quando analisamos a inflação junto ao ganho.
Esse caro leitor, é o principal impacto que a inflação provoca em seus investimentos! A perda do poder de compra! Novamente, se o leitor tinha em mãos, R$ 100,00 no inicio de 2015, e com esse valor conseguia comprar diversos itens no supermercado é provável que ao final ao final do ano, você não conseguisse realizar as aquisições dos mesmos produtos.
Mesmo aplicando o dinheiro na poupança, o rendimento oferecido não seria suficiente para corrigir o valor, e assim, dar a possibilidade de adquirir os produtos.
O rendimento de 8% isento de imposto de renda, comparado a outros países, como os Estados Unidos, pode ser um ótimo investimento, mas em terras tupiniquins, não é!
Mesmo sendo um rendimento muito atraente, ele é pequeno! Devido a nossa inflação! Mas e hoje? Como estamos?
Hoje o negócio está bem melhor. Nossa inflação, provavelmente vai terminar 2017 próxima dos 3% ao ano! Ou seja, muito próximo do teto minimo de 3%! Opa, já estava me esquecendo, antes de dar continuidade preciso falar um pouco sobre o papel do Banco Central.
6 – O papel do Banco Central
Joia, o leitor já sabe o que é o IPCA, tem uma bela noção dos impactos que a inflação provoca e nossos investimentos, e no dinheiro em si, e também já compreende os impactos da alta dos preços, mas quem faz a manutenção, ou melhor, toma conta de nossa inflação?
É o Banco Central! Essa instituição, que é praticamente ” independente” quero dizer, que o BC não obedece as ordens do governo central, por exemplo. Apesar de que as aparecias podem enganar, mas não vamos entrar nesses detalhes.
Quem escolhe o presidente do BC é o governo federal, depois de nomeado, o congresso precisa aprovar a escolha, e assim, o presidente do BC pode tomar posse.
Além do controle da inflação, o BC possui outras tarefas. Todas estão vinculadas a manutenção da moeda corrente nacional, que em nosso caso é o real.
Resumindo, o BC tem a missão de manter o poder de compra do povo brasileiro. Essa instituição possui diversos mecanismos para conseguir realizar tal façanha. Desde negócios com moedas estrangeiras até o controle da taxa Selic.
Tanto o dólar, como a Selic podem influenciar, e muito, em nossa inflação. O leitor provavelmente já deve ter ouvido falar nos SWAPS? Se não, tudo bem, vamos explicar o que é essa operação.
Os SWAPS estão vinculados a transações envolvendo dólares. O BC se utiliza disso para controlar uma possivel alta desproporcional, ou queda.
É importante destacar que uma alta exagerada da moeda americana não é interessante para o Brasil, e tão pouco uma queda acentuada.
Enfim, por meio desses contratos de SWAPS, o BC ao final da operação, entrega ao investidor a variação do dólar, em troca, o investidor vai pagar o juro equivalente ao período do contrato.
Sendo assim, os SWAPS são contratos futuros de dólar. Não existe a venda da moeda americana em si, e tão pouco a compra da mesma. Tudo é efetuado por meio da oscilação do dólar, e de uma taxa de juro.
Por isso, o BC divulga de tempos em tempos, os resultados dessas operações. Pode ser que em um mês o BC consiga lucrar, já em outro não, e assim por diante.
Além dos SWAPS o BC também controla a taxa Selic, a nossa taxa básica de juro. Através da Selic o governo federal realiza a cobrança de impostos, ou o pagamento. Quando um contribuinte pagar suas obrigações junto ao governo, em atraso, ele ira pagar o juro equivalente a taxa Selic do período.
A mesma coisa acontece quando o contribuinte for receber sua restituição do imposto de renda. Ou seja, ao receber a sua restituição o valor vai vir corrigido pela Selic.
Não podemos esquecer que o DI, taxa praticada pelos bancos, segue bem de perto a Selic. O próprio Tesouro Selic remunera os títulos com a taxa Selic.
Ou seja, a nossa taxa básica de juro está muito presente em nossas vidas, assim sendo, ela é um ótimo instrumente para restringir a captação de credito no mercado.
Restringir? Isso mesmo! Um dos principais efeitos que a alta da Selic vai provocar em nossas vidas é a restrição de crédito. Isso não significa que o banco não vai mais lhe conceder empréstimos e financiamentos por exemplo.
Mas essas operações vão ficar mais caras. Ou seja, haverá uma restrição. Quando a taxa básica de juro estava a 14,25% a captação de recursos estava diminuindo, se não zerando literalmente.
Se o negócio já estava ruim, com o desaquecimento do mercado, com a alta do juro, valia mais a pena investir em produtos de renda fixa do que investir na própria empresa.
E foi isso que muitos fizeram. Ao invés de contratar e aplicar nos negócios, com a alta da Selic foi mais interessante investir.
Mas agora no atual momento, com uma redução gradual da taxa básica os investimentos em nossos negócios começaram a valer mais a pena.
- Primeiro porque o juro está menor.
- Segundo, a inflação está pequena, ou seja, os preços não estão variando muito, o que sugere um bom tempo para ampliar os negócios e investir no business.
Tem gente que acha que o investimento, ou melhor, ampliar o business é mais interessante quando a inflação está em alta. Uma vez que o dinheiro vai perdendo o valor com mais rapidez, fato que sugere mais agilidade em investir o capital. Em minha opinião quando o juro está baixo, e a inflação está controlada, o ambiente fica ainda melhor.
Desse modo o empreendedor tem mais tempo para pesquisar e investir no próprio negocio, além de ficar com tudo pronto para a retomada da economia.
Enfim, ao aumentar a Selic, o BC acaba restringindo o crédito e assim as pessoas consomem menos. Consumindo menos os produtos acabam ficando nas prateleiras, e o comercio em si, começa a reduzir os preços na tentativa de vender os produtos (ou pelo menos manter os preços, sem elevar).
E assim a inflação que existia, começa a estabilizar e até reduzir. Mas tudo isso deve ser feito junto a outras medidas, principalmente quando falamos em contas públicas. Mas esse assunto é para outro artigo.
7 – A meta!
Para conseguir controlar a inflação, o BC precisa de um alvo, ou uma meta. No caso é uma meta, e a meta de inflação do BC é de 4,5% para esse ano. No próximo ano a meta persiste em 4,5%, sendo que em 2019 houve uma alteração para 4,25% ao ano e 2020 passará aos 4% ao ano.
É importante destacar que o governo federal estipula as metas, e o BC tem o dever de zelar pelo comprimento da mesma ou seja, missão dada é missão comprida.
Sabendo que a inflação não é algo que podemos controlar com facilidade, sendo que o mercado está sujeito a surpresas repentinas, como stress externo, alta de preços de commodities (soja, algodão, petróleo, alimentos em geral, entre outros) existe ainda uma banda.
A banda nada mais é do que um limite extra que o BC pode utilizar para entregar a inflação dentro dos limites impostos. Antes de o governo Temer assumir, a banda era de 2% para mais ou para menos.
Desde o inicio desse ano, a banda foi alterada para 1,5%. Ou seja, o IPCA não pode passar dos 6% ao ano, e também não pode ficar abaixo dos 3% ao ano.
Caso isso ocorra, o BC deve dar explicações ao governo federal, descrevendo os motivos para o descumprimento.
8 – A inflação atualmente
É preciso trazer ao leitor um pouco de informação sobre como as coisas estão hoje. É notável que o IPCA está acumulando uma de suas menores taxas em anos.
A possibilidade do IPCA terminar bem próximo dos 3% o ano de 2017 é muito grande. Ou seja, bem próximo do piso da meta. Então, atualmente, estamos vivendo em um período onde o juro está caindo (uma vez que a economia ainda não está reagindo como deveria, existe um grande déficit fiscal, e a inflação está muito baixa).
O juro em queda não sugere um bom momento para investir em renda fixa, porém, o ganho real, está muito interessante ainda. Levando em consideração, uma expectativa que o IPCA vá terminar em 3% até o final de 2017, e a taxa Selic fique em 7,5% por exemplo, teríamos nada mais, nada menos, do que 4,5% de ganho real sobre uma aplicação de renda fixa.
Novamente, comparado a outros países, como os da União Europeia, tal ganho é impressionante. Lógico, devemos levar em consideração que o Brasil não tem tamanho desenvolvimento comparado a boa parte dos países europeus, mas também o negócio aqui não é tão ruim a ponto de oferecer um ganho expressivo em aplicações seguras, como o Tesouro Direto.
Aproveitando que estamos falando sobre o Tesouro Direto, nosso blog possui diversos conteúdos sobre esse tipo de investimento, segue alguns links que podem interessar o leitor:
- Como Investir BEM no Tesouro Direto (Perguntas e Respostas)
- Porque o Tesouro Selic é o MELHOR Título do Tesouro Direto?
- Análise do Curso “Segredos do Tesouro Direto” de André Fogaça
- Compensa Investir Apenas no Tesouro Direto?
- Como Investir no Tesouro Direto
- É Seguro Investir no Tesouro Direto?
Enfim, ainda assim, a renda variável, também se mostra um ótimo lugar para investir. Uma vez que os investidores da renda fixa, vão começar a procurar alternativas, para conseguir extrair mais dinheiro de suas aplicações.
É provável que um êxodo da renda fixa acabe ocorrendo e boa parte dos investidores venha para a bolsa. Resumindo, acredito que as atuais expectativas para o juro e inflação estão ancoradas em um fato principal, a economia.
Além do Tesouro Direto, o leitor pode encontrar diversos artigos sobre a bolsa de valores, segue alguns:
- Como Encontrar, Avaliar e Investir Em Fundos Imobiliários
- Os 6 Melhores Livros Para Iniciantes na Bolsa de Valores
- Como Investir na Bolsa de Valores
(Guia Para Iniciantes) - O Que é e Como Funciona a Bolsa de Valores?
- “…Mas Quanto Dinheiro Eu Posso Ganhar Na Bolsa de Valores?”
- Perdeu Dinheiro? Não Tente Se Vingar da Bolsa de Valores!
O Brasil até pode registrar alta do PIB nesse ano, mas não vai ser nenhuma maravilha, aliás, é bem provável que fique abaixo do 1%.
Sendo assim, o Brasil ainda tem um belo caminho para percorrer e trabalhos a repor. Assim, uma alta elevada nos preços, ou mesmo que moderada, só vai vir em caso de stress com commodities ou o dólar, ou por meio de alta dos impostos. Não acredito que a oferta e procura, vá obter força suficiente para puxar a inflação no atual momento.
9 – Como se proteger da inflação?
Eu sempre sugiro as letras do Tesouro. Sou meio suspeito, até porque estou investindo fortemente, principalmente em letras de longo prazo, tanto as que pagam juros semestrais, quanto as que pagam tudo no vencimento.
Uma vez que o Brasil é um país que vira e mexe, possui certos probleminhas com a inflação, investir em produtos como as letras prefixadas sugere um pouco mais de atenção.
No momento não vejo como uma boa opção, até porque o juro caiu muito, e as expectativas de queda estão se mostrando assertivas. As LFTs ou Tesouro Selic, são bons ativos para o curto prazo, se o investidor precisa de dinheiro com rapidez, em alguns toques, já pode contar com o dinheiro na conta.
Por último, mas não menos importante, temos o Tesouro IPCA, que em minha opinião é uma excelente oportunidade de investimento. Por mais que o juro esteja caindo, e vai cair mais, o Tesouro IPCA ainda conta com rendimentos na casa dos 5% ao ano (somente o juro prefixado).
Pode ser pouco, mas a letra ainda conta com a correção pelo IPCA, ou seja, os 5% são de ganhos reais! Montar uma estratégia de longo prazo, visando uma aposentadoria tranquila, é uma ótima ideia quando investimos no Tesouro IPCA.