Caro leitor,
Lembra da Pakalolo?
Aquela marca de roupas coloridas…
As mochilas que eram o desejo de consumo de uma geração…
O jingle na TV que grudava na cabeça: “Pakalolo de bem com a vida!”
Era um ícone dos anos 90 no Brasil.
Não era só moda.
Era um símbolo.
Uma identidade para muita gente.
A marca soube, como poucas, capturar o espírito daquela época.
A vibe despojada… a liberdade de expressão… a cultura pop misturada com surf e natureza.
Eles estavam no auge.
Em todas as vitrines.
Conversando com o público jovem.
Mas onde você encontra peças da Pakalolo hoje?
Se procurar bem…
Provavelmente em brechós.
Aquela calça de cós alto…
A camiseta com estampa ousada…
Hoje são achados nostálgicos.
Com um valor, talvez, mais sentimental do que de mercado.
E se eu te dissesse que essa jornada da Pakalolo, do topo das paradas de sucesso ao “fundo da gaveta” dos brechós, esconde uma lição valiosa (e perigosa) para os seus investimentos?
Uma lição que pode separar um portfólio sólido e duradouro de um que desvaloriza com o tempo.
Uma lição sobre o perigo de se deixar levar pelo…
Hype.
O apelo da Pakalolo era o “hype” puro.
Era a marca do momento.
Estar com uma peça da Pakalolo significava estar “de bem com a vida”, conectado, na moda.
Todo mundo queria ter.
No mundo dos investimentos, isso acontece o tempo todo.
Ativos “entram na moda”.
Ganham destaque na mídia.
Viraram o assunto da roda de amigos.
Pode ser o setor de tecnologia em um momento…
Criptomoedas em outro (com as ressalvas que sempre faço)…
Empresas “ESG” que estão em alta…
Ações de “meme” que viralizam nas redes sociais…
O que for.
Esses ativos capturam o “espírito” do mercado naquele momento.
A euforia…
A sensação de que “agora vai”…
E, principalmente, o medo de ficar de fora (o famoso FOMO – Fear Of Missing Out).
É fácil se deixar levar por isso.
Ver um gráfico subindo sem parar…
Ouvir todo mundo falando que “é a oportunidade do século”…
Parece que não tem como dar errado, certo?
Errado.
Porque o hype, como a moda, passa.
Investir no pico do hype é como comprar a calça colorida mais cara.
Aquela que custou uma fortuna porque agora é a última tendência.
Mas que em pouco tempo…
Estará esquecida no armário.
Ou pior: em um brechó.
Seu valor real desapareceu.
Você não está pagando pelo futuro sustentável do ativo.
Você está pagando pelo momento.
Pela emoção do momento.
Pela história que estão contando agora.
O mercado já nos mostrou vezes sem conta.
Que o que sobe rápido sem fundamento real…
Impulsionado apenas pela euforia e pela vontade de “estar dentro”…
Pode cair na mesma velocidade.
Ou até mais rápido.
E a nostalgia tem um papel perigoso nisso.
Lembramos do auge da Pakalolo.
Das propagandas na TV.
Do sucesso.
Do jingle feliz.
Tendemos a esquecer as dificuldades que levaram à queda.
Da gestão problemática…
Da falta de adaptação…
Da concorrência crescente…
No mercado financeiro, isso se manifesta de várias formas.
É o viés de confirmação em ação.
O viés de ancoragem.
Lembramos dos lucros passados de um ativo que “bombou”.
“Nossa, se eu tivesse investido nessa ação lá atrás… teria ficado rico!”
Essa lembrança pode nos cegar para os riscos atuais desse mesmo ativo.
Ignoramos por que ela parou de subir.
Ou por que, talvez, já começou a cair.
Ignoramos falhas na gestão atual…
Mudanças fundamentais no cenário do setor…
A chegada de concorrentes que fazem melhor ou mais barato.
O jingle “Pakalolo de bem com a vida” era ótimo para vender roupas na época.
Mas não pagou as contas da empresa quando o mercado mudou.
E o marketing genial…
A história bonita…
A “narrativa” sedutora de uma empresa ou ativo…
Não pagam dividendos…
Não garantem valor…
Se os fundamentos sumiram.
O mercado é cruel nesse sentido.
Não perdoa falhas, mesmo que o ativo tenha sido glorioso no passado.
Mesmo que você tenha uma memória afetiva positiva com ele.
Tudo no mundo tem um ciclo de vida.
Marcas…
Produtos…
Setores inteiros da economia…
Até ativos financeiros.
Empresas nascem, crescem, amadurecem… e podem declinar ou desaparecer.
Fundos surgem, têm seus momentos de glória, enfrentam dificuldades… e podem perder a relevância.
Pakalolo teve seu auge.
Brilhou intensamente como um cometa nos anos 90.
Depois, veio o declínio.
Sumiu das vitrines.
Foi para o brechó, com um valor residual, talvez só para colecionadores de nostalgia.
Investimentos também têm ciclos.
Empresas…
Fundos…
Setores…
Até mercados inteiros.
O investidor “fashionista” compra tudo o que é “tendência”.
No auge, claro.
Porque é quando a tendência está mais visível e chamando a atenção.
Mas o investidor “curador”?
Ele busca valor.
Algo sólido.
Que talvez não esteja no pico da moda agora.
Algo que talvez esteja até “fora de moda” por um tempo.
Mas que tem potencial de durar.
De gerar retorno consistente no longo prazo.
Uma empresa com fundamentos fortes…
Com gestão competente…
Que soube (ou saberá) se adaptar às mudanças do mercado.
Onde está seu investimento no ciclo?
Você está comprando no auge do hype, pagando um preço emocional?
Ou buscando “peças” de valor atemporal?
Aquelas que, mesmo fora de moda agora, têm qualidade intrínseca.
Aquelas que resistem ao tempo e aos ciclos do mercado.
A queda da Pakalolo não foi só porque as pessoas pararam de gostar de calça colorida.
Houve falhas internas.
Problemas de gestão.
Falta de visão… ou de capacidade… de se adaptar.
O mercado de moda mudou.
A concorrência veio forte.
Eles não souberam (ou não conseguiram) se reinventar a tempo.
No mundo dos investimentos, a qualidade da gestão é FUNDAMENTAL.
Pode ser uma empresa.
Pode ser um fundo imobiliário (a gestão do imóvel, dos contratos).
Pode ser a equipe por trás de um novo projeto no mercado (cripto, tecnologia).
Um ativo pode estar no setor mais “quente” do momento.
Ter um marketing genial…
Uma história de origem inspiradora…
Mas se a gestão for ruim…
Se não souberem adaptar o negócio aos desafios que surgem…
Se não tiverem fundamentos sólidos…
O negócio, e o seu investimento nele, estão em risco sério.
Pense naquelas empresas que resistiram ao tempo.
Que não viraram peças de brechó financeiro.
Elas souberam se reinventar.
Gerir com visão de longo prazo.
Olhar além do hype do momento.
A “história bonita” que o ativo conta agora é importante.
Mas os fundamentos no balanço…
A competência de quem decide…
A capacidade de adaptação do negócio…
Isso separa o ícone duradouro da simples lembrança nostálgica.
A Pakalolo nos deixou uma lição colorida e nostálgica.
E uma verdade dura para os investimentos: o que brilha intensamente no hype do presente…
Pode rapidamente perder o valor real.
Acabar em um “brechó” financeiro.
No seu portfólio, o objetivo não é colecionar peças de colecionador nostálgicas sem valor real.
O objetivo é construir patrimônio.
Com solidez.
Com base em análise racional.
Em buscar valor onde ele realmente está.
Em ativos sólidos.
Empresas com gestão competente.
Fundos bem administrados.
Ativos que se adaptam.
Que geram valor consistente ao longo do tempo.
Além das tendências passageiras.
Antes de tomar a próxima decisão de investimento…
Seja em ações, FIIs, o que for…
Seja tentado pelo “hype” do momento…
Pare e pergunte-se:
- Estou sendo levado pela euforia?
- Pela nostalgia de algo que já brilhou?
- Ou estou buscando valor real?
- Fundamentos que sustentam o crescimento a longo prazo?
A Senhor Mercado não segue modismos.
Não somos “fashionistas” do mercado financeiro.
Nossa filosofia é baseada em análise racional.
Em buscar valor onde ele realmente está.
Para construir um portfólio que não saia de moda.
Que resista aos ciclos do mercado.
Que cresça com solidez.
E não vire uma peça esquecida em um brechó financeiro sem valor real.
Atenciosamente,
Hugo Teixeira
Consultor de Valores Mobiliários Autorizado pela CVM; Especialista de Investimentos Certificado pela ANBIMA; Trader e Investidor Profissional há 17 Anos
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