Chegou a hora de desmistificar o termo “trade system” e mostrar que esse negócio de mecanizar as operações é bem mais simples do que parece.

Trade Systems são nada mais do que regras de operação que dizem o que fazer em cada momento do trade, desde o início até o encerramento. As regras não precisam ser complexas e a maioria dos sistemas que geram bons resultados não vão além de alguns poucos indicadores que certamente você já ouviu falar. Isso supondo que já tenha estudado um pouco de análise técnica.

Como disse antes, sistemas são regras de operação e por esse motivo o seu desenvolvimento é indicado apenas para as pessoas que já operam há algum tempo através de corretoras e conhecem o básico das regras do mercado financeiro.

Esse tipo de operador semi-iniciante em geral não possui um método de operação bem definido. Ele testa um pouco de tudo a cada nova operação, troca de médias móveis e osciladores a todo momento e não sabe quanto arriscar do seu capital a cada nova compra. A solução de todos esses problemas é simples, basta esse operador montar o seu primeiro Trade System!

Desenvolver um sistema de operação não é uma tarefa tão difícil.

Para começar, o indivíduo deve escrever em um pedaço de papel tudo aquilo que passa pela sua cabeça antes de comprar e vender uma ação:

  • O que ele pensa para decidir o papel que vai operar?
  • Como decide o preço de entrada?
  • Qual o objetivo esperado na venda?
  • Em qual preço coloca os stops de ganho e perda?

Claro, se você não usa stop de perda infelizmente esse artigo ainda não é pro teu bico, porém existem muitos outros aqui no Senhor Mercado que poderão te ajudar a chegar nesse nível.

Enfim, continuando….

Eu Já Tenho Ideia Das Minhas Regras De Operação!!

Regras, regras, muitas regras!!!

A melhor forma de aprender a montar e testar trade systems é “montando e testando?”

Não tem segredo; nessa área apenas a prática poderá lhe ensinar algo de útil.

O grande trauma é que a prática mal conduzida pode levar à um sistema que aparentemente é bom, funciona no papel, mas destrói a tua conta quando utilizado no mundo real. Para resolver esse impasse a única solução é apelar para os importantes Back Tests.

Um Back Test não é nada mais do que aplicar o conjunto de regras em uma base com cotações históricas do seu ativo preferido para ver se os resultados prestam.

Vamos supor um operador iniciante que goste de especular na bolsa de valores comprando e vendendo SHIT3. Ele consegue uma base de dados contendo os últimos cinco anos de negociação para esse ativo e de posse dessa informação, inicia a lição de casa, escrevendo de forma metódica o passo-a-passo que irá reger suas operações nesse papel:

1 – Uma vez por mês, sempre no dia útil mais próximo da data em que a lua está cheia, acontece a compra de 1 lote de SHIT3 no preço de abertura;

2 – Para gerenciar o risco, coloca um stop 2% abaixo da mínima desse dia;

3 – Como objetivo, coloca um stop-gain 5% acima do preço de fechamento desse dia;

Viram como é simples e rápido escrever as regras de operação para um bom sistema?

Agora basta aplicar essas regras na base histórica de SHIT3 e avaliar várias estatísticas para decidir se o sistema vale a pena ou não.

Certo?

ERRADO!!

As Armadilhas do Back Testing

Se você realmente já opera há algum tempo (vai mentir pra mim pô?!) mas leu e aceitou pacificamente as regras acima, volte imediatamente e releia até encontrar três erros sutis e clássicos cometidos em back testing.

Uma dica: não há problema algum em usar as fases da lua para decidir ponto de compra!

Caso não tenha descoberto os erros na primeira tentativa, ou segunda, terceira…. vamos à resolução e discussão desse quebra-cabeça. O que ocorre é que em cada uma das três etapas que regem o sistema acima existem incoerências no processo de decisão. Em cada passo são utilizadas informações que NÃO estarão disponíveis no momento em que a regra estiver sendo aplicada.

1 – Imaginem minuto a minuto o pregão do dia de lua cheia quando ocorrerá a compra. O mercado abre e SHIT3 registra seu preço de abertura. Esse preço é resultado de um leilão e absolutamente nada garante que a sua ordem será executada nesse valor. Se por acaso esperarmos o leilão acabar para colocar a ordem no valor de abertura corremos o risco do preço disparar ou despencar e nada da ordem ser executada. Em Back Test isso nunca ocorre… puxa…

2 – O stop de perda que gerencia o risco de 2% deve ser colocado assim que acontece a compra. Mas como diabos você vai saber o preço da mínima daquele dia se o dia nem está perto de acabar?? Haverá um preço mínimo referente aos poucos minutos de negociação já realizada, mas não foi isso que você testou com os dados históricos. Em Back Test isso nunca ocorre… nossa…

3 – No stop que define o objetivo de venda temos o mesmo problema. Basear-se no preço de fechamento é obviamente impossível, a não ser que esse stop seja definido somente no dia seguinte. Embora de consequências menos desastrosas, ainda assim o conceito estará errado. Surpresa! No Back Test você achou que estava tudo lindo!

As confusões nas regras acima acontecem e são “normais” pois as informações necessárias existem em todos os pregões apenas quando analisamos bases históricas e surge então a ilusão de que elas estarão lá no momento da operação em tempo real.

Para Onde Ir Agora?

Apesar do exemplo de Trade System acima ser geni… err, tosco e não operável, fica claro o tipo de armadilha que pode-se cair quando realiza-se o famigerado back test em dados históricos.

Quem já se aventurou nesse mundo cometeu, em algum momento, um erro desse tipo que camuflado nas planilhas em Excel pode estar invisível até hoje.

Sistemas com regras fixas são excelentes e ainda falarei muito deles. Mas a saga em busca das operações sistemáticas começa com a definição de um conjunto de regras baseadas no dia-a-dia da operação:

Imagine o preço se movendo em tempo real. Verifique se suas regras são realmente operáveis na vida real e só depois abra o Excel para avaliar as resultados.

Com esse artigo iniciei a discussão sobre Trade Systems. Embora de conceito simples, eles escondem muitos detalhes e singularidades, principalmente na hora de serem avaliados.

Nos próximos artigos falarei mais sobre o desenvolvimento e teste dessa ferramenta e aos poucos introduzir conceitos como portfolio-backtesting, simulação de Monte Carlo, e uma série de estatísticas úteis para medir a confiabilidade de um Trade System.

28 Comments

  1. Luis Antonio 1 de outubro de 2010at21:36

    Antes de mais nada, parabéns pelo site!
    Eu acompanho seu site há meses (já li tds os anteriores), achei muito interessante e instrutivo a discussão sobre psicologia no momento de operar. Mas para ser sincero achei que faltava aprofundar justamente neste tópico – sistema de operação, backtesting (muito comentado anteriormente).
    Eu havia começado a operar final do ano passado, mas fui obrigado a parar, devido ao trabalho. Mas ainda estou buscando desenvolver um sistema eficiente.
    Continuarei acessando o site.
    Abs

    Reply
    1. Hugo 6 de outubro de 2010at18:32

      Oi Luis Antonio, e obrigado! Realmente esse assunto estava pouco representado aqui. Ainda bem que contamos com o Paulo para aprofundar as coisas. Falando nisso, ele me mandou um e-mail dizendo que tirou férias do trabalho dele e que volta logo. Tradução: vai levar alguns dias até ele responder os comentários…

      Sobre o post, confesso que há alguns anos atrás eu estava testando um sistema considerando o preço de fechamento antes do próprio fechamento do pregão, como dito no post. Minha idéia era esperar o mercado fechar para comprar no after uaehiauheaiuehaiuehaiuehaie. Deu tudo errado, porque será? XD

      Abraço,
      Hugo

      Reply
      1. Paulo 7 de outubro de 2010at8:08

        Luís,
        legal teu comentário. O ponto é mais ou menos esse mesmo. Escrever preenchendo as lacunas de conhecimento que existem por aí; naquilo que muitos falam por falar mas sem nenhuma objetividade ou praticidade.

        Oi Velaepavio,
        você está coberto de razão. Testar corretamente significa pensar em TUDO! Hoje é lindo olhar Petrobrás e sua subida assombrosa nos últimos 10 anos, mas será que o trader médio sobreviveria à uma entrada buy and hold no período entre 2000 e final de 2002 quando o papel lateralizou 3 anos e ainda com drawdown de 40%. I don’t think so…

        Lucas, José Carlos,
        obrigado pela leitura e comentários.

        Reply
  2. velaepavio 2 de outubro de 2010at2:40

    Fala Hugo,

    Como sempre mandou bem. Erros no back test que cometem eh esse classico que deu de olhar para o FUTURO.

    Outro erro eh no proprio database quando se faz teste em portfolio.

    Tipo o cara quer operar as acoes do IBOVESPA (as que tem mais volume). AI o sujeito percebe que o sistema eh bom pra CARAMBA, mas o problema eh que usa o teste de 10 anos com o portfolio de hoje. Entao acoes como a OGX que nao faziam parte do ibovespa ha 10 anos sao compradas no IPO e o cara acaba pegando todo o UPside. Que eh uma ilusao. O correto seria comprar somente quando a acao comeca a fazer parte do indice. Isso se chama survivour bias que deve ser feito quando se testa um portfolio para eliminar estas aberracoes.

    Reply
  3. Lucas 4 de outubro de 2010at12:40

    Dessa vez quem escreveu foi o Paulo e não o Hugo. Hugo ta de férias!
    Parabéns Paulo. Grande abraço!

    Reply
  4. velaepavio 4 de outubro de 2010at17:48

    Paulo,

    Parabens pelo artigo. Foi mal ai nem percebi.

    Excelente.

    Abraco

    Velaepavio

    Reply
  5. José Carlos 6 de outubro de 2010at14:25

    Belo post.

    No início é sempre assim, todos nós pulamos de sistema em sistema procurando um milagre que faça nosso miserável capital subir 100% em poucos dias. Grande ilusão minha… aheoauiheoauehaoe!

    Reply
  6. Pablo 7 de outubro de 2010at9:35

    Hey Hugo, parabéns pelo blog, sem duvida o mais divertido sobre o assunto…
    Meu, tu indicou um site nos comentários de um post que não me lembro qual, acho que era o crack alguma coisa, só me lembro que não tinha muito a ver com mercado tu poderia linkar o site? Aliás, tu tens uma lista de links interesantes além da guia dos “links úteis”.

    Ah, e vlw pelo blog…

    Reply
    1. Hugo 7 de outubro de 2010at16:12

      Oi Pablo, o site com crack que conheço (?) é o cracked.com que não absolutamente nada a ver com com trading de forma alguma. Porém o cracked é um dos melhores sites de todos os tempos, junto com o wikipedia e o youtube. Talvez seja esse que você está procurando mas sei lá, se não for continue chutando dicas que eu tento descobrir ehhehehe.

      Abraço,
      Hugo

      BTW: Acho que coloquei os links para artigos do cracked no post sobre o efeito maria vai com as outras. Está em artigos diversos 😉

      Reply
  7. Paulo 8 de outubro de 2010at11:59

    Prezado
    Estou interressado em um ts que dispare ordem automaticamente embasado no macd ou outroindicator de forma simples, não para usalo em tempo integral mas apenas nas horas que algumas condçoes forem geradas e que eu nao possa acompanhafr em frente ao pc, assim deixaria o ts automaticamente atuando.Se precisar de curso para isso, ou comprar uma apostila ou livro favor informar.SDS

    Reply
    1. Paulo 8 de outubro de 2010at16:37

      Olá xará, tudo em paz?
      Pois é.. isso que você quer fazer é o sonho de todo operador que gostaria de mecanizar suas ordens enviadas à Bovespa. Hoje não existe uma plataforma acessível ($$$) à Pessoa Física e que permita o tipo de automação que você busca. Pelo menos não que eu conheça.
      O jeito é fazer tudo na mão e mandar as ordens direto ao home broker.

      Existe uma ferramente fantástica chamada Metatrader, mas não funciona aqui com a nossa Bovespa. Um dia quem sabe…

      abraços

      Reply
  8. velaepavio 8 de outubro de 2010at23:42

    Meta trader funciona com Forex em qualquer lugar do mundo. Nao importa o mercado, importa o sistema ser lucrativo.

    Reply
  9. Pablo 17 de outubro de 2010at14:40

    Hey Hugo, vlw…
    Era esse mesmo, eu tinha salvo no rss mas só que não tinha salvo.

    Reply
  10. Pablo 18 de outubro de 2010at9:04

    Hugo,

    Meu primeiro livro de análise técnica tá chegando esses dias…
    Mas uma dúvida paira sobre minha cabeça. Qual a real importância da matemática pra um trader, digo, além da aritmética que eu até resolvo bem, mas diante de coisas como funções e derivadas é tipo k.o. pra mim… na verdade eu to sendo pretencioso, pq equações de primeiro grau já me fazem pensar “pra que, que eu preciso dessa merda?” sacou?
    Um trader afinal, precisa de proeficiência em matemática?

    Reply
    1. Paulo 18 de outubro de 2010at11:00

      Ola Pablo, vou dar meus pitacos.

      Não acho que o trader de sucesso seja aquele que conhece matemática avançada. Na ânsia de acertar tudo no mercado de capitais as pessoas se iludem acreditando que técnicas complicadas e refinadas são a solução.
      Para operar no mercado o que importa mesmo é a simplicidade e robustez das ferramentas utilizadas. Esqueça essas paradas de polinômios de n-ésimo grau, transformadas de fourier, integrais e derivadas e concentre-se no simples. Se não puder fazer dinheiro com o simples deixe o resto de lado.

      Agora é preciso conhecer matemática básica para poder calulcar stops, custos, lucros, drawdowns, etc…

      abraços
      Paulo

      Reply
  11. velaepavio 18 de outubro de 2010at17:47

    Sobre matematica. Tbm vou dar meu pitaco…

    Eu nao acho que precise saber profundamente, concordo com o Paulo de saber o basico das 4 operacoes pra calcular os stops, position size etc.

    Caculo de juros eh bom saber tbm para monitorar atingimento de objetivos e entender como que o dinheiro pode trabalhar pra gente ao inves do contrario.

    Agora aplicar derivadas e etc acho que eh demais… desnecessario.

    Reply
    1. Hugo 19 de outubro de 2010at15:57

      O Jesse Livermore era super sagaz na matemática. Ele decorava vários números e uma porrada de coisas que provavelmente não são mais úteis para aqueles que utilizam gráficos ou acompanham todas as cotações todos os dias.

      Se você usa algoritmos nerds para operar, é de uma importância extrema que você saiba matemática daquelas super complexas tipo uma que o Sheldon acharia difícil de entender. Caso contrário, sabendo fazer regra de 3 com uma velocidade ok (ou com uma calculadora), você se salva. Tudo uma questão de bom senso 🙂

      BTW, a regra de 3 foi uma das únicas coisas úteis que eu aprendi na escola (tirando ler e escrever, é claro auehaiuehaieu)

      Abraço,
      Hugo

      Reply
  12. Pablo 20 de outubro de 2010at10:18

    Pois é. Lendo o livro do Livermore é que eu me questionei sobre a importância da matemática. Aí eu fiquei pensando naqueles nerds que os grandes fundos usam e corretoras e tals. Aí pensei, f… se isso for necessário…

    Reply
  13. velaepavio 20 de outubro de 2010at17:05

    Entendo na epoca do Livermore em que lia a FITA (tape).

    Tipo nao tinha calculadora e tinha que tomar decisoes rapidas entao saber fazer conta de cabeca rapida, que acho que nisso que ele era bom, era uma vantagem.

    Nao que o Livermore era um Descartes da vida.

    Hoje com computador eu consigo “analisar” 1000 acoes em 20 seg

    Testar 10 anos de dados em 200 acoes em 1 min.

    Acho que hoje eh essencial razoaveis conhecimentos de excel e programacao. E pra isso, se for bom em matematica e solucao de problemas ajuda muito.

    Reply
    1. Hugo 21 de outubro de 2010at1:26

      No lance da fita era mais importante a memória.

      Tipo, no começo ele fazia day-trades. Então memorizava a mínima e a máxima de um certo período de tempo e operava num rompimento. Super simples e fácil de se fazer com uma ação. Mas com várias… vai ter uma memória boa assim na pqp. De resto, só regra de 3 on-the-fly, nada muito difícil 🙂

      Abraço,
      Hugo

      Reply
  14. José Carlos 29 de outubro de 2010at8:16

    Já era o blog, ninguém mais posta nada… Eu sequer entro mais aqui.

    Que pena!

    Reply
    1. Hugo 29 de outubro de 2010at14:30

      Eu avisei que não iria postar por um tempo. Agora com a reestruturação do blog ficarei ainda mais tempo sem postar.

      E para isso existe o Feed Rss. Bem mais fácil do que ficar entrando sem encontrar nada. Com o feed rss você recebe os posts por e-mail, muito mais fácil.

      Abraço,
      Hugo

      Reply
    2. Paulo 30 de outubro de 2010at11:52

      Ola José.
      O Hugo postava com uma frequencia bastante grande mesmo, e agora ele deu uma paradinha para reformas.
      Eu postei alguns artigos e inclusive comecei a continuação desse, sobre os Backtests, mas como saí de férias do trabalho e estou viajando ainda não terminei.

      Eu volto depois do feriado e pode ter certeza que mais algunas artiguinhos vão sair. 🙂

      abraços
      Paulo

      Reply
  15. Guilherme 31 de outubro de 2010at4:35

    05h33 da madruga, uma série de hormônios que meu corpo precisaria produzir durante o sono já foram pro saco, o galo tá prestes a cantar e eu não consigo parar de ler os artigos… parabéns, tá de primeira categoria!

    Guilherme

    Reply
    1. Hugo 1 de novembro de 2010at1:34

      Normal, também fico até tarde lendo coisas na net. Coisa de nerd 😛

      BTW, obrigado 🙂

      Abraço,
      Hugo

      Reply
  16. Felipe 24 de fevereiro de 2011at15:21

    Olá Hugo.

    Sabe dizer se exite algum site onde seja possível fazer um back testing? Como uso o ADVFN e não um software tipo profit chart, não consigo fazer este tipo de simulação.

    Obrigado,

    Felipe

    Reply
    1. Hugo 25 de fevereiro de 2011at21:59

      Oi Felipe!

      Cara, pior que eu não conheço nenhum mesmo.

      É melhor fazer backtests ou no Metastock, ou no Amibroker e, caso o seu sistema seja estupidamente simples (tipo feito de MMSs), aí dá até pra usar o Excel.

      Mas na internet eu não sei 😛

      Abraço,
      Hugo

      Reply
  17. EDIMARIO NERI DOS SANTOS 6 de dezembro de 2024at21:25

    Bom

    Reply

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