Caro leitor,

Talvez você não se lembre quando isso aconteceu, mas foi assim:

De uma hora para outra, milhares de novos traders começaram a tentar viver da bolsa de valores.

Novos cursos, ferramentas, plataformas e serviços de trading foram lançados para esse enorme e sedento público.

Mas… Algum tempo depois aconteceu o que ninguém esperava:

Perceberam que… ué?

Parece que viver da bolsa é muito mais difícil do que dizem e é uma escolha ruim para a maioria.

Naturalmente a esmagadora maioria desses novos traders acabou desistindo para sempre.

Estou falando do Crash da COVID?

Talvez do semestre passado?

Não, falo do ano de 2000…

Quando empresas de tecnologia dos Estados Unidos começaram a lançar um monte de plataformas gráficas baratas… mas que na prática não servem para muita coisa por si só.

Só que a população geral não sabia desse detalhe (todas as propagandas enganosas meio que garantiram que elas não soubessem).

Daí o que aconteceu foi que um monte de gente começou a usar essas plataformas achando que iriam enriquecer da noite para o dia.

E se antes traders eram profissionais treinados do mercado financeiro, agora qualquer um (literalmente qualquer um), podia operar.

O pior é que, por um curto tempo, esses traders amadores até conseguiram lucrar.

Afinal, do final de 1990 até o pico da bolha em 2000, o NASDAQ se valorizou em 12 VEZES.

E graças a esse pequeno sucesso inicial, esses novos traders caíram numa ilusão: a de que eles sabiam o que estavam fazendo.

Mas é aquilo:

Ganhar quando o mercado está bom é fácil.

O que separa os bons traders dos ruins é como eles reagem quando o mercado deixa de ficar bom.

E quando veio a turbulência…

Quem não estava preparado pagou caro.

MUITO caro…

Desde então a moda chegou ao Brasil e o mesmo ciclo se repetiu várias vezes, sempre em 4 etapas:

  1. O mercado sobe;
  2. Um monte de gente se anima e começa a fazer trading;
  3. Inicialmente eles até lucram, o que só piora as coisas, pois agora eles acham que sabem operar (quando não sabem);
  4. O mercado passa por turbulência e a esmagadora maioria dos novos traders são trucidados.

E a cada ciclo, a palavra “trader” foi se tornando cada vez mais feia.

O mercado, que antes era profissionalizado, se tornou banalizado e a palavra “trader” se tornou um xingamento.

Se antes a menção a palavra trader era recebida com olhares curiosos e admiração…

Agora ela é recebida com olhares de gozação e “jura que você caiu nessa?”

E isso aconteceu não só com traders de ações, mas com traders de todos os ativos, como criptomoedas e fundos imobiliários, por exemplo.

Os ciclos vão e voltam e a palavra “trader” foi do símbolo de seriedade para a extrema “Maria vai com as outras” em alguns anos.

Mas isso passa. Faz parte do ciclo.

Os mercados se ajustam.

O oba oba passa, os “traders” iludidos são eliminados do mercado sem piedade, e a palavra “trader” retoma um pouco do respeito.

Mas não que você deva se importar com isso.

O importante é operar do jeito certo e não agir como esses “traders” iludidos que acham que vão enriquecer do dia para a noite.

Mas, no meio tempo, talvez seja melhor não dizer para ninguém o que você está fazendo.

Simplesmente não vale a encheção de saco.

Atenciosamente,

Hugo Teixeira

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