Caro leitor,

Você já passou por aquela situação de ficar esperando ansiosamente por uma notícia boa?

E aí, quando ela finalmente chega, é só um “meio-termo”?

Não é ruim, mas também não é o suficiente para te tranquilizar.

Pois é… é frustrante.

E é exatamente assim que o mercado está se sentindo após os anúncios de Fernando Haddad sobre as novas medidas fiscais.

Vamos analisar a situação.

Na direção certa, mas sem firmeza?

A expectativa era que entre ontem e hoje o governo federal apresentasse um plano que acalmasse os ânimos e reforçasse o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal.

Mas o que aconteceu, de fato?

Para começar, Haddad anunciou mudanças em algumas áreas importantes:

  • Salário mínimo: mudanças na regra; ficará dentro dos limites do arcabouço fiscal.

  • Abono salarial: será limitado a quem ganha até R$ 2.640, corrigido pela inflação, até atingir 1,5 salário mínimo.

  • Aposentadoria militar: será definida idade mínima e limite na transferência de pensões.

  • Teto salarial no serviço público: será definida regulamentação.

  • Emendas de comissão: 50% para a saúde e crescimento abaixo do limite para emendas globais.

  • Controle de fraudes: melhorias nos mecanismos.

Além disso, Haddad anunciou o aumento da isenção do imposto de renda para R$ 5 mil por mês.

Mas, ao mesmo tempo, propôs uma tributação mínima de 10% para quem ganha acima de R$ 50 mil.

O pacote prevê uma economia de R$ 71,9 bilhões entre 2025 e 2026, com impacto de R$ 327 bilhões até 2030.

Reação do mercado: ceticismo e cautela

Ou seja: houve pontos positivos, e diversos analistas destacaram que as medidas vão na direção certa.

Mas, ainda assim, o mercado de forma geral não está muito confiante.

Já eu… eu ainda não sei o que pensar. 

Simplesmente porque ainda há muita coisa em aberto.

E não só porque a implementação de algumas medidas depende da aprovação do Congresso.

Ou porque, como alguns especialistas apontam, o governo tem um histórico de otimismo excessivo em suas estimativas.

Mas, principalmente, porque que a fala de Haddad foi muito vaga e cheia de lacunas.

Ao ponto de não termos como estimar hoje os efeitos do pacote de contenção de gastos.

Ou seja: talvez seja bom, talvez seja ruim.

Depende de um monte de variáveis que não foram elucidadas.

E só nos cabe imaginar se o governo federal adiou essas informações por mais medo de desagradar a base de voto, a oposição ou ambos…

E o dólar?

De qualquer forma, a reação inicial do mercado a essa falta de clareza foi imaginar o pior.

O que no momento está se refletindo no dólar e no Ibovespa.

No entanto, em momentos assim é importante respirar fundo e manter a calma.

E lembrar que a capacidade de fazer isso é uma das principais diferenças entre investidores bem-sucedidos e investidores malsucedidos.

Então ao invés de agir no desespero é hora de ficar de olho.

O governo federal não pode continuar sendo tão vago para sempre.

A pressão por esclarecimentos deve crescer cada vez mais agora.

No meio tempo fica a mesma apreensão de antes do pronunciamento do Haddad…

O que dá para fazer é monitorar a bolsa e o dólar para sentir o nível de otimismo ou pessimismo do mercado. 

Se o dólar cair nos próximos dias, é sinal de otimismo do mercado.

Se subir, é sinal de desconfiança e volatilidade.

Já em relação à bolsa é justamente o oposto.

Enfim, queria poder dizer mais para você, mas fica difícil se o governo prefere dar aulas sobre ‘como falar um monte sem dizer nada’ ao invés de realmente apresentar o pacote que prometeram apresentar…

Atenciosamente,

Hugo Teixeira

Consultor de Valores Mobiliários Autorizado pela CVM; Especialista de Investimentos Certificado pela ANBIMA; Trader e Investidor Profissional há 17 Anos

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