Caro leitor,

Já assistiu ao filme “The Big Short” (“A Grande Aposta”, no Brasil) de 2015?

Pois se você ainda não viu, então essa é a minha dica do dia.

O filme, dirigido por Adam McKay, é baseado no livro homônimo de Michael Lewis e conta a história por trás da crise financeira de 2008.

Isso através de quatro personagens principais, todos investidores de Wall Street, que enxergaram a bolha imobiliária antes de todo mundo – e decidiram apostar contra o mercado.

O primeiro é Michael Burry (interpretado por Christian Bale), um investidor excêntrico e solitário que descobre as falhas do mercado imobiliário e decide apostar contra ele.

Em seguida, temos Mark Baum (Steve Carell), um investidor cético e impaciente que investiga o mercado imobiliário e fica chocado e revoltado ao descobrir o tamanho da bolha e os motivos que a criaram.

Além disso, temos Jamie Shipley (Finn Wittrock) e Charlie Geller (John Magaro), dois jovens ambiciosos que também descobrem sobre a bolha e decidem apostar contra o mercado.

Agora, para quem simplesmente gosta de filmes eu já diria que esse vale à pena.

Ele é muito bem-produzido, dirigido e escrito, com um elenco muito bom, que inclui nomes como Christian Bale, Steve Carell, Ryan Gosling e Brad Pitt.

Além disso, pessoalmente eu acho que o filme faz um trabalho muito bom em simplificar conceitos complexos de mercado para contar a história de forma precisa, mas não enrolada.

No entanto…

Se você é um investidor, aí sim que esse é um filme importante de se ver…

Pois ele provavelmente faz a melhor representação que eu já vi da loucura coletiva que pode tomar um mercado que está muito lucrativo a muito tempo.

Afinal, é justamente isso o que os personagens do filme investigam e descobrem:

Que a bolha foi criada por massas de investidores e “players” do mercado que simplesmente não concebiam a possibilidade de fracassar, de fazer investimentos ruins.

Isso porque até 2008 tudo no mercado estava indo MUITO bem nos EUA.

Tão bem que qualquer investimento parecia dar retorno.

Tão bem que você nem precisava entender muito sobre a bolsa para ter lucro nela.

Tão bem que as pessoas começaram a achar que o mercado continuaria subindo para sempre.

E foi aí que todo mundo começou a correr riscos absurdos.

O que o filme ilustra muito bem.

A parte mais legal, para mim, é quando os personagens descobrem que existe uma bolha, mas ainda não conseguem entender como isso pode ser possível.

Então eles vão entrevistar as pessoas do mercado imobiliário: os investidores, os corretores, os bancos que faziam financiamento, especuladores imobiliários etc.

E assim descobrem que o mercado está infestado por gente que é tão irresponsável que chega a parecer piada.

De bancos que financiam casas para pessoas sem sequer checar a saúde financeira delas…

Até pessoas que compram um monte de imóveis sem ter um plano de como pagá-los.

Lembro de assistir esse filme com amigos e eles não acreditaram muito nessa parte.

“Ah, o filme está exagerando”, disse um deles. “Ninguém é tão burro”

E sim: claro que há exagero. É um filme, afinal.

Mas há muito menos exagero do que você talvez pense.

E essa parte que explora a festa que as multidões loucas estavam fazendo na época é especialmente realista.

Então realmente vale à pena conferir.

Quem sabe:

Tem uma noção melhor do quão insano o mercado é capaz de ficar pode te ajudar a evitar amargos prejuízos no futuro.

Atenciosamente,

Hugo Teixeira

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