Caro leitor,

Se eu pudesse mudar algo no mundo dos investimentos com um passe de mágica, eu mudaria a relação chatíssima que existe entre o risco (volatilidade) e o potencial de retorno das nossas opções de investimento.

Afinal, se todos os investimentos tivessem o mesmo risco, investir seria a coisa mais fácil do mundo!

Bastaria espalhar o seu dinheiro entre os ativos mais lucrativos e ver seu patrimônio crescer sem transtornos.

Seria o sonho de todo investidor e/ou trader.

Mas é claro que não é assim que funciona.

Na vida real o que acontece é que quanto maior o lucro que você quer ter, maior também será o risco que você precisará correr.

Tal como mostra este famoso gráfico criado pelo megainvestidor Howard Marks:

Ou seja: 

Quanto maior o potencial de rendimento você quiser… maior o “sobe e desce” (volatilidade), maiores e mais frequentes os príodos de prejuízo (drawdowns) e maior o stress que você vai precisar enfrentar.

Isso, infelizmente, é inevitável.

E, se você não sabe como isso pode ser frustrante na hora de tomar decisões… então você provavelmente não está prestando a devida atenção nos riscos dos seus investimentos (o que é um erro grave que você precisa corrigir urgentemente).

No entanto, aqui vai o lado positivo:

Apesar de que para “comprar” um potencial de retorno maior nós sempre precisaremos “pagar” com mais risco, há formas de fazer com que essa transação seja bem mais vantajosa do que ela é para investidores e traders menos preparados.

Ou seja: soluções para você elevar os seus lucros médios em troca de adicionais de risco proporcionalmente menores.

E nesse artigo eu vou te falar do que eu considero a melhor solução de todas nesse sentido.

Uma estratégia que o investidor médio não conhece, mas através da qual você pode “comprar” maiores potenciais de retorno por verdadeiras “barganhas” de risco.

De fato, essa estratégia funciona tão bem que com ela uma carteira de investimentos pode atingir resultados médios que vão de 14% a.a. até 20% a.a. ou até mais…

Mas com um nível de risco que normalmente você só teria em carteiras muito menos rentáveis.

Veja por exemplo a carteira abaixo, representada pela linha verde:

Esse gráfico de backtest representa a performance entre 2011 e 2023 de uma carteira (“Carteira #1”) na qual está aplicada essa estratégia da qual eu estou falando.

E se trata de uma carteira de resultado médio igual a 14,18% a.a., enquanto nesse mesmo período o CDI teve um resultado médio de apenas 8,98% a.a. e o Ibovespa rendeu apenas 3,98% a.a.

E, além de ser muito mais lucrativa que o Ibovespa, a Carteira #1 em questão também apresenta uma volatilidade bem menor.

Afinal, nesse período de 12 anos o seu prejuízo máximo (drawdown) foi de 19,62%, enquanto o prejuízo máximo do Ibovespa foi de 38,9%.

No entanto, dependendo do caso, é possível obter resultados ainda melhores com essa estratégia, tanto em termos de rentabilidade como em termos de volatilidade.

Veja a Carteira #2 a seguir, por exemplo:

Quando estamos falando de performance de investimentos é importante lembrar:

O fato de uma carteira ter apresentado um determinado resultado num dado período de tempo passado não significa que ela necessariamente terá resultados iguais, melhores ou piores no futuro.

No entanto, no mesmo período de 12 anos entre 2011 e 2023, o resultado médio que essa Carteira #2 apresentou foi de 18,84% a.a., mas com um prejuízo temporário máximo de apenas 2,76%.

O que também é muito similar ao que vemos nessa outra carteira (“Carteira #3”), um tantinho mais complexa, na qual também está aplicada a mesma estratégia:

Dessa vez o rendimento médio entre 2011 e 2023 foi de 20,50% a.a., mas com um prejuízo temporário máximo de apenas 6,09%.

Agora, a questão mais importante aqui é:

“Como resultados assim são possíveis para o investidor comum?”

E a resposta, infelizmente, é que não são.

Mas se além de investidor você também for um position trader ou um swing trader então a resposta é mais animadora:

Para obter resultados como esses é necessário tirar proveito do que hoje eu considero o melhor mercado que existe para traders: o mercado de futuros.

Pois esse mercado apresenta 5 Grandes Vantagens que podem ser exploradas para fazer coisas muito interessantes…

Como obter retornos médios por volta de 20% a.a. com uma carteira composta 100% por Tesouro Selic.

Como assim?

Vamos lá…

As 5 Grandes Vantagens Do Mercado De Futuros

Antes de tudo, um esclarecimento muito importante:

Aqui eu não estou falando de futuros de índice, dólar, mini índice e mini dólar, que são completamente dominados por institucionais e usados para moer o dinheiro dos aventureiros do day trade (uma modalidade de trading extremamente supervalorizada e que eu não recomendo para ninguém).

Não existe nenhuma vantagem nesses futuros especificamente, então quando me refiro a “futuros”, estou falando de todos os outros futuros.

Pois é justamente na parte mais ignorada do mercado de futuros que você vai encontrar vantagens como:

1 – Mercados Sólidos, Mas Com Pouca Competição Séria

A primeira vantagem é que o mercado de futuros é sólido e tem um longo histórico de dados que podem ser utilizados para a criação de sistemas de trading quantitativos…

Mas, ao mesmo tempo, é um mercado ainda pouco explorado pelos traders brasileiros (que se focam justamente nas piores partes dele).

E é em grande parte graças a essa falta de competição que é possível fazer operações altamente lucrativas no mercado de futuros.

Agora… por que esse mercado é tão pouco explorado? 

Porque operar futuros é significativamente mais complexo e exige bem mais conhecimento técnico do que operar ações, por exemplo. 

Afinal, o mercado de futuros apresenta diversas complicações, como a questão dos vencimentos (que obriga os traders a ficarem trocando de contratos) e diversas diferenças de comportamento entre os diversos tipos de futuros.

E são complicações como essas que fazem a maior parte do traders desistirem do mercado antes mesmo de começar.

Mas isso é uma péssima escolha pois, como você vai ver, os benefícios de operar no mercado de futuros mais do que valem a dificuldade extra.

(Mas novamente: isso não vale para futuros de índice, dólar, mini índice e mini dólar. Trading com esses tipos de futuros é absurdamente competitivo. Tão competitivo, aliás, que quase sempre não faz o menor sentido sequer tentar operar com eles).

2 – Enorme Variedade de Ativos Rentáveis

Outra vantagem é que existem diversos tipos de futuros que apresentam boa rentabilidade com sistemas de Trend Following e que, ao mesmo tempo, são pouco correlacionados entre si.

Isso significa que operar o conjunto certo de futuros ao mesmo tempo, além de ser muito lucrativo, pode trazer um efeito excepcional de diversificação para as suas operações como um todo, reduzindo a volatilidade e levando a retornos mais estáveis.

Para você ter uma ideia desse efeito, veja o gráfico abaixo.

Esse gráfico mostra que entre 2012 e 2021 (10 anos) o Ibovespa rendeu 84,7% e teve 4 anos de retornos negativos.

No entanto, se nesse mesmo período de 10 anos você tivesse operado um conjunto de apenas 4 futuros ao mesmo tempo você poderia ter obtido um lucro de 436,16%…

Mas sem sequer 1 ano negativo (e, além disso, com oscilações mensais bem menos “dramáticas” também).

E o principal motivo pelo qual essas operações resultaram numa volatilidade tão menor (apesar de renderem bem mais que o Ibovespa) é que nos momentos de queda brusca praticamente todas as ações despencam juntas, enquanto os 4 futuros, que não têm relação nenhuma um com o outro, se comportam de maneiras diferentes.

3 – Facilidade Para Ganhar Com As Quedas

Mais uma grande vantagem do mercado de futuros é que nele é muito fácil operar vendido (ao contrário do que acontece no mercado de ações, por exemplo).

Isso é ótimo porque abre a oportunidade de criar sistemas de trading que não lucram apenas com as altas, mas também com as quedas de preço dos ativos.

E, dependendo do seu sistema de trading, os lucros dessas operações a descoberto podem ser tão grandes quanto das operações normais.

Claro: é importante apontar que operações vendidas podem envolver riscos bem maiores do que operações normais, mas não se você operar com a estratégia certa de position sizing através de um sistema devidamente validado.

E o grande benefício de usar um sistema que lucra inclusive com as quedas é que isso aumenta AINDA MAIS a consistência dos seus retornos, reduzindo o ‘sobe e desce’. 

Afinal, você estará lucrando não só com os períodos de alta, mas também com os períodos de baixa (de modo que para você o mercado estará “bom” numa percentagem muito maior do tempo: bom quando está “bom”, bom quando está “ruim” e só ruim quando está lateral).

4 – Não é Preciso Dinheiro Líquido Para Operar, Basta Usar Garantias

Agora, a maior vantagem do mercado de futuros é que você não precisa de dinheiro líquido para fazer trading nele. 

Basta você oferecer garantias para a bolsa e você poderá operar.

E acontece que quase todos os investimentos do mercado podem ser utilizados como garantia para operar futuros.

E isso é uma estratégia que você pode usar inclusive para maximizar os seus lucros e reduzir a volatilidade do seu patrimônio de uma só vez.

Veja, por exemplo, o gráfico abaixo:

O gráfico representa os resultados de um sistema de trading em futuros que, em menos de 6 anos, gerou um lucro de 51% – o que é muito bom considerando o período analisado.

No entanto, apesar dos bons retornos, ainda assim há grandes sobes e desces na carteira, que inclusive chega a passar por períodos prolongados em prejuízo (drawdown).

Agora veja o próximo gráfico:

Esse backtest mostra o resultado do mesmo sistema durante o mesmo período usando a mesma quantia para operar…

Mas dessa vez estão contabilizados também os resultados de uma carteira com 100% de Tesouro Selic, que serviu de garantia para as operações.

Ou seja:

Operando assim você basicamente soma a rentabilidade de uma carteira de investimentos aos seus trades, sem precisar escolher um ou outro, fazendo com que você ganhe dos dois lados.

5 – Futuros São Alavancados, Mas Quem Escolhe o Risco é Você

E, por fim, a última grande vantagem de operar futuros é que você só precisa oferecer uma fração do valor dos contratos futuros para poder operá-los.

Isso se chama “operar alavancado” e aqui é preciso fazer um alerta:

Alavancar de modo forma irresponsável é uma das estratégias mais eficientes que existem no mundo se o seu objetivo é perder dinheiro, fazer dívidas impagáveis e destruir completamente a sua vida (vide o que acontece com tantos day traders).

No entanto é possível operar alavancado com segurança desde que você faça uma boa gestão de risco e use o stop-loss de acordo com os cálculos necessários.

E a grande vantagem de usar o mecanismo da alavancagem de forma responsável é que ele te permite exercer total controle sobre o risco das suas operações.

Ou seja:

Enquanto com ações, por exemplo, você só pode aumentar o risco aplicando mais dinheiro nas operações e só pode reduzir o risco tirando dinheiro das operações…

Com futuros você pode aumentar ou diminuir o risco das suas operações de forma fácil e instantânea, sem precisar realocar nada, quase como se você tivesse um botão para aumentar o risco e outro para diminuir o risco.

E claro: ao fazer isso você também estará escolhendo o potencial de retorno das suas operações com a mesma facilidade. 

…

E são essas as 5 grandes vantagens que o mercado de futuros nos oferece e que podem ser exploradas para atingir retornos maiores com riscos menores.

No entanto, claro que nenhuma dessas vantagens servirá para muita coisa se você não souber como aproveitá-las.

E é por isso você precisará da estratégia certa.

O que nos leva a…

A Estratégia Investidor-Trader Alavancado

Para facilitar, vou chamar a estratégia de ter uma carteira de investimentos e usá-la como garantia para fazer operações de swing e position trading de ITA, ou “Estratégia Investidor-Trader Alavancado”.

E, antes de mais nada, vale a pena apontar para o fato de que, apesar de essa estratégia não ser comum no Brasil, ela tem vasto histórico em outros países.

Sendo usada inclusive por notáveis traders das décadas de 70 e 80, como Richard Dennis e Jerry Parker, que operavam futuros usando as garantias de suas carteiras de base (eles usavam principalmente títulos públicos americanos, “Free Government Money”, como chamavam).

Ou seja: se trata de algo que já está muito bem validado no mercado financeiro a muitas décadas.

E, basicamente, a estratégia funciona assim:

A Carteira de Investimentos (A Base)

O primeiro passo dessa estratégia é criar uma carteira de investimentos bem equilibrada e ajustada às suas necessidades e objetivos financeiros específicos.

Isso, é claro, pode ser feito de diversas formas e com diversas estratégias dependendo do seu perfil de investidor e objetivos específicos (se você prefere renda mensal, se quer apenas acumular, se quer uma carteira global ou só Brasil etc.)

No entanto, eu recomendo desenvolver a carteira seguindo cálculos de paridade de risco, pois isso te permitirá obter retornos mais estáveis mesmo no caso de carteiras mais arrojadas.

Afinal, lembre-se que operações de trading são naturalmente mais arriscadas que investimentos comuns.

E, dessa forma, é recomendado equilibrar ao máximo o risco da carteira de investimentos para que ela dê o melhor “amortecimento de risco” possível e faça com que tudo suba de modo mais estável.

As Operações Alavancadas (O Acelerador De Ganhos)

Uma vez montada a carteira, utilizamos seus investimentos como garantia para operar um conjunto específico de futuros.

Esses futuros devem ser escolhidos não apenas pelos seus próprios potenciais de retorno, mas pelas correlações entre eles, para que a diversificação resultante também ajude a suavizar a curva de rendimento.

Além disso, cada futuro deve ser operado com seu próprio sistema de Trend Following devidamente testado e validado – e sempre de acordo com uma gestão de risco calculada em relação ao patrimônio como um todo (considerando inclusive a carteira base).

Acompanhamento e Manutenção

Por fim, uma vez que a sua carteira ideal esteja montada e você esteja pronto para seguir os sistemas de trading o próximo passo é simplesmente seguir a rotina.

Em relação à carteira de investimentos, isso significa acompanhar todos os ativos com atenção, fazer qualquer ajuste que se mostre necessário e re-balancear a carteira no mínimo de 6 em 6 meses.

Já em relação às operações, basta você seguir os sistemas de trading com disciplina, o que felizmente é até bem fácil*.

Aplicando a Estratégia Por Conta Própria

Agora, se você é um investidor/trader experiente então talvez você prefira aplicar essa estratégia por conta própria.

Nesse caso, infelizmente eu não tenho um curso para você (e nem pretendo fazer um), pois essa é uma estratégia especialmente complexa e eu não acredito que um curso em vídeo sem acompanhamento pessoal bastaria para capacitar alguém a aplicá-la.

No entanto, ainda assim é possível vir a aplicar a “ITA” com segurança desde que você domine as técnicas, estratégias, princípios e conceitos envolvidos na montagem/manutenção de uma boa carteira de base e na criação/aplicação de sistemas de trading com futuros.

E, para quem quer seguir nesse caminho, aqui vai uma lista de livros que são essenciais para começar*:

• Antti Ilmanen – Investing Amid Low Expected Returns: Making the Most When Markets Offer the Least (o mais legal, um pouco seco, mas transborda de gráficos e insights valiosos).
• Peter C. Oppenheimer – The Long Good Buy: Analysing Cycles in Markets (o nome dele é coincidência, o livro é magnífico, insights de longo prazo maravilhosos).
• Howard Marks – Dominando o ciclo de mercado: aprenda a reconhecer padrões para investir com segurança e O Mais Importante para o Investidor: Lições de um Gênio do Mercado Financeiro (os dois fantásticos, iniciantes deveriam começar com eles e ler várias vezes).
• Ray Dalio – Princípios para a ordem mundial em transformação: Por que as nações prosperam e fracassam (acha que investir na bolsa por 20 anos é longo prazo? Pense novamente. Fenomenal).
• Michael Covel – The Complete TurtleTrader: How 23 Novice Investors Became Overnight Millionaires (não sou tão fã porque é superficial, mas ainda é o melhor que temos sobre os turtles).
• Edwin Lefevre – Memórias de Um Operador da Bolsa (se você não sabe o que é trend following, não existe uma introdução mais divertida que esse livro, 110 anos e continua atual como sempre).
• Mark Douglas – Trading in The Zone (a maioria dos erros operacionais devido a emoções do trader podem ser ajudados ou até resolvidos completamente com as lições desse livro, um clássico.)
• Robert Carver – Advanced Futures Trading Strategies (ótima porta de entrada para conhecer e entender melhor sobre as mais importantes métricas do mercado de futuros).
• David E. Swensen – Pioneering Portfolio Management (perfeito para entender melhor a lógica de portfolios e pescar insights de investidores institucionais).
• Jack D. Schwager – Série Market Wizards (série de entrevistas com participantes do mercado financeiro, bom para entender como a competição pensa).
• Van K. Tharp – The Definitive Guide to Position Sizing (obrigatório porque o position sizing é um dos elementos mais importantes do trading, ignorar isso é implorar para fracassar).

Com esses livros você começará aos poucos a entender como obter resultados reais no mercado financeiro e entrará no caminho certo para poder aplicar a “ITA” com sucesso.

*É muito importante que você não pule nenhum desses livros; cada um deles contém lições que são absolutamente indispensáveis.

Aplicando a Estratégia Através De Uma Consultoria Profissional

Já se você estiver interessado em aplicar essa estratégia do jeito mais fácil, e sem precisar ter experiência prévia com trading, então o Plano Trader da minha Consultoria de Investimentos CVM talvez seja a melhor opção para você.

Nesse plano especial de consultoria somos nós que desenvolvemos a estratégia ITA (e outras estratégias que envolvem trading) para o cliente, que precisará apenas seguir nossas recomendações para montar e ajustar a carteira-base e então aplicar nossos sistemas de trading já validados*.

(*Os sistemas são ensinados através de uma mentoria pessoal com todo o acompanhamento necessário; aprender a aplicar os sistemas é relativamente simples para quem já conhece sistemas de Trend Following, como o Sistema SM; aplicá-los na prática requer pouco tempo por semana).

Agora, independentemente do caminho que você preferir seguir, para tomar a melhor decisão o ideal é ter a noção mais clara possível de quais resultados você pode obter com essa estratégia.

Então vamos falar de estimativas.

O Potencial de Retorno da Estratégia

Novamente:

Como especialista de investimentos, preciso lembrar que resultados passados não garantem lucros futuros (inclusive porque às vezes as coisas mudam e os mercados ficam mais sofisticados).

Mas, com base nos dados históricos, é possível estimar um retorno médio de aproximadamente IPCA + 6% a.a. para uma carteira de investimentos moderada (isto é, uma carteira de base que seja muito bem montada e que siga cálculos de paridade de risco.)

Claro: dependendo do seu caso, a sua carteira ideal pode ter retornos médios maiores ou menores, mas de qualquer forma vamos usar esse valor de IPCA+ 6% como base.

Já fazer trading com futuros usando sistemas de Trend Following tende a adicionar entre 2% a.a. e 10% a.a. aos retornos médios da maioria das pessoas.

Ou seja: estamos falando em retornos estimados entre IPCA + 8% (~14% a.a.) e IPCA + 16% (~22% a.a.).

Lembrando que no longo prazo mesmo um acréscimo de +2% ao ano faz uma diferença gigantesca:

“Mas é Possível Adicionar Mais de 10% a.a.?”

Claro.

Com uma boa gestão de risco você pode fazer com que as suas operações tendam a adicionar 50% a.a. ou até mais ao seu rendimento anual médio no longo prazo.

No entanto, ainda assim eu realmente não recomendaria tentar passar de +10% a.a.

E aqui está o motivo.

A ITA é uma excelente forma de lucrar mais com um risco proporcionalmente menor… mas também não é como se ela fosse fazer mágica.

Isto é: o efeito de “amortecimento de risco” só vai até certo ponto.

Isso significa que, mesmo usando a ITA para montar a sua carteira, você ainda assim terá que “PAGAR COM RISCO” por cada acréscimo de potencial de retorno.

Mais especificamente:

Nas suas operações você terá que encarar 1% a mais de drawdown máximo para cada 1% a mais de rentabilidade média por ano, além de passar por períodos de drawdown mais longos e mais frequentes também.

Ou seja: você pode até lucrar mais, mas vai precisar aguentar mais volatilidade também.

E, a partir de certo ponto, uma volatilidade alta demais se torna um problema não só porque operar se torna estressante…

Mas porque esse stress vai tornando cada vez mais difícil operar com cabeça fria e evitar cometer erros (a menos que você já seja um trader muito experiente e calejado).

É por isso que é tão vital não cometer o erro de iniciante que é superestimar o seu próprio apetite por risco.

Muita gente acha que não se importaria em ver a carteira cair 30%, 40% ou até mais num drawdown.

Mas quando você realmente está no meio do drawdown, e vendo o seu dinheiro derreter na frente dos seus olhos sem saber quanto tempo vai levar para ele se recuperar… a coisa é muito diferente.

Sendo assim, o melhor é mesmo procurar adicionar de 2% (traders menos arrojados) a 10% (traders mais arrojados) à sua rentabilidade anual média.

Dessa forma você obtém lucros acima da média, mas sem perder noites de sono.

Nota Final: A Importância Das Estratégias Gerais

Agora, para finalizar esse artigo, eu acho importante apontar para o fato de que a “ITA” merece atenção não apenas porque ela é uma solução flexível e que permite ótimos resultados…

Mas também porque ela é uma estratégia de longo prazo que engloba o seu patrimônio como um todo.

Por que isso é importante?

Porque se você não tiver uma estratégia desse tipo você basicamente estará atirando no escuro.

Funciona assim:

O seu patrimônio como um todo SEMPRE estará seguindo uma estratégia de longo prazo, quer você tenha tomado essa decisão conscientemente ou não.

Da mesma forma que se um navio em alto mar zarpar numa direção aleatória ele sempre estará indo de encontro a algum pedaço de terra.

Assim, se você optar por uma estratégia validada, que possua um histórico grande o bastante para fazer estimativas de performance… isso é como tomar controle do leme e decidir para onde vai o navio da sua vida financeira.

No entanto, se você insistir em buscar apenas soluções pontuais para os seus investimentos, sem escolher conscientemente uma estratégia geral… isso é como seguir com o navio numa direção aleatória, o que não é uma boa ideia.

É 100% garantido que você vai se dar mal fazendo isso?

Não. Mas é quase garantido que você vai se dar mal.

Afinal, é justamente pela falta de uma estratégia (solução geral) bem definida que a maioria dos investidores e traders ficam trocando de táticas (soluções pontuais) o tempo todo (sem nem dar tempo para elas funcionarem ou não) e acabam tendo péssimos resultados no longo prazo:

Resultados da edição de 2020 da pesquisa recorrente que o J.P. Morgan realiza para ver como o investidor médio performou nas últimas 2 décadas; está evidenciado que o investidor médio se alterna entre perder da inflação e lucrar menos de 1% acima dela

Ou seja: caso você ainda não tenha uma estratégia de longo prazo que englobe todo o seu patrimônio, é importante saber que é justamente isso o que a ITA é.

E que mesmo se a ITA não for para você, ainda assim você vai precisar de uma estratégia geral de longo prazo.

Beleza? Então por hora é só.

Obrigado por ler esse artigo até o fim e, se você se interessou por esse assunto, então não deixe de conferir as leituras que eu recomendei.

Até a próxima!

Atenciosamente,

Hugo Teixeira