Caro leitor,

Hoje vamos falar das emissões de cotas dos FII’s.

Sim, as temidas emissões de novas cotas que os gestores de um FII podem fazer para o mercado.

E a pergunta é:

Essas emissões são ruins para o cotista?

Ou são boas?

E a resposta é…

Depende.

Pois o fato é que existem emissões boas e emissões ruins.

Esse assunto na verdade é complexo demais para tratar num e-mail, mas eu vou explicar de maneira simplificada como isso funciona.

Então, começando pelas que você deve evitar.

As emissões ruins.

Uma emissão de novas cotas é considerada ruim em duas situações diferentes.

A primeira é quando essa emissão é feita ABAIXO do valor patrimonial das cotas.

Quando isso acontece, o valor patrimonial do fundo como um todo simplesmente cai.

Imagine a situação simplificada:

Um FII possui dentro dele ativos que totalizam 100 milhões de reais e ele emitiu 1 milhão de cotas até agora.

Isso significa que o valor patrimonial do fundo é de R$100 por cota.

No entanto, imagine que o FII resolveu emitir mais um milhão de cotas por apenas R$90 a cota.

Isso significa que o número de cotas vai aumentar em 100%, enquanto o valor patrimonial do fundo vai aumentar em apenas 90% (90 milhões).

Agora o FII tem um patrimônio de 190 milhões para 2 milhões de cotas.

Ou seja: o valor de cada cota caiu de R$100 para R$95. E isso é péssimo.

Como o preço das cotas costuma voltar ao valor patrimonial, isso significa que o preço das cotas passará a tender a valores mais baixos.

E como a capacidade de um FII em gerar dividendos depende de seu patrimônio, significa também que os dividendos tendem a ser proporcionalmente menores por cota.

A segunda situação em que uma emissão de novas cotas é ruim é quando o fundo emite novas cotas para comprar imóveis que estão CAROS.

De volta ao exemplo anterior…

Imagine que o FII emite mais um milhão de cotas não por R$90, mas por R$105.

Ou seja: acima do valor patrimonial.

Até aí tudo ótimo então, mas e se ele usar esses 105 milhões para adquirir imóveis zoados que só valem 90 milhões?

Isso significa que mais uma vez o número de cotas aumentou em 100%, mas o investimento ruim afetou a qualidade do fundo e o VP.

Ou seja, não serviu para nada.

E os gestores sabem disso.

Quando a emissão é feita para fazer um negócio ruim, fica claro que o motivo da nova emissão foi simplesmente para eles ganharem mais dinheiro através da taxa de administração.

No entanto… emissões ruins já não são um grande problema no mercado.

É verdade que no passado emissões ruins eram bem frequentes.

No entanto, hoje elas estão perto de serem erradicadas. Aqui está o motivo.

Acontece que o mercado de FII’s se sofisticou e evoluiu muito desde sua criação, de modo que hoje sempre que uma gestora anuncia uma emissão ruim…

O mercado percebe na hora e então CAI MATANDO em cima da gestora, que sofre uma pressão gigante e perda imediata de cotistas.

Ou seja: emissões ruins ainda existem.

Mas elas acontecem cada vez menos. E você pode evitá-las com facilidade.

Agora, se o mercado odeia as emissões ruins, ninguém que aplica em FII’s implica com as…

Emissões boas.

Como poderiam?

Elas são boas para o cotista!

Uma boa emissão é aquela que, em primeiro lugar, é feita acima do valor patrimonial.

Pois nesse caso o patrimônio do FII vai aumentar numa proporção maior que o número de cotas.

De modo que cada cota passará a valer mais. E gerará dividendos proporcionalmente maiores.

Além disso, naturalmente, o outro requisito obrigatório para uma emissão ser considerada boa é que ela seja feita para fazer boas aplicações com o dinheiro.

Dessa forma, fazer emissões boas é simplesmente a forma com a qual bons FII’s crescem de tamanho.

E se tornam cada vez mais robustos, lucrativos e com maior liquidez.

Ou seja: se você estiver aplicando num FII, você quer que ele faça boas emissões.

Você só tem a ganhar com elas.

Em conclusão:

Emissões podem ser ruins ou boas para os cotistas.

O jeito é estudar para entender os dois tipos de emissão e então ficar atento.

Se um fundo faz emissões ruins, fique longe dele.

Se ele faz emissões boas, então sem problemas.

Atenciosamente,

Hugo Teixeira

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