Caro leitor,
A sua vida pessoal não é da minha conta.
No entanto, tem uma coisa que eu preciso te dizer.
Uma coisa importantíssima para a sua vida financeira.
É um assunto delicado e eu vendo evitando falar dele até agora por não encontrar o tom certo.
Mas agora eu decidi simplesmente dizer o que precisa ser dito.
Pois se trata do que é provavelmente a maior decisão financeira da sua vida.
Eu já vi de perto como essa decisão pode ser catastrófica quando feita de forma errada.
Deixe-me contar.
Tenho uma amiga de família que sempre foi muito diligente com dinheiro e sempre investiu.
Ela nunca foi uma investidora muito arrojada e eu acredito que se ela tivesse arriscado só um pouco mais ela poderia ter juntado muito mais.
Mas enfim.
O que ela perdia com uma aversão excessiva ao risco ela compensava em parte com uma disciplina férrea.
De modo que aos 32 anos ela era quase uma milionária por conquista própria (não recebeu um centavo de herança nem nada assim).
E sem dúvida ela estava a caminho de juntar muito mais.
Mas então algo aconteceu.
Ela conheceu um cara engraçado, charmoso e que a tratava feito uma rainha.
Então ela se apaixonou perdidamente por esse sujeito.
E eles se casaram após cerca de dois anos.
Ele era um sujeito bem legal de fato.
Eu mesmo posso testemunhar em relação a isso.
Mas esse cara tinha um defeito:
Ele era péssimo com dinheiro.
Realmente muito irresponsável.
A minha amiga eventualmente descobriu que mesmo antes de eles se conhecerem ele já estava cheio de dívidas e que a saúde financeira dele era horrível.
E a coisa só piorou depois do casamento.
Essa cara parecia achar que a minha amiga tinha tanto dinheiro que ele podia se preocupar ainda menos com questões financeiras do que ele já se preocupava antes.
Então ele fez mais um monte de dívidas.
E a minha amiga teve que sacar dinheiro de seus investimentos para pagar essas dívidas.
Isso a deixou brava…
Eles começaram a brigar cada vez mais por causa de dinheiro.
Ele fez mais dívidas.
Ela teve que sacar mais dinheiro.
Vieram mais brigas.
O relacionamento azedou.
E logo veio o divórcio.
As despesas com os advogados foram monstruosas.
E no fim a minha amiga perdeu praticamente 50% do patrimônio restante para o ex-marido.
Ou seja: ao final da história suas finanças estavam arrasadas. E hoje, aos 43 anos, elas ainda estão longe de se recuperar.
Pois é…
É por isso que a escolha de seu parceiro de vida é provavelmente a decisão financeira mais importante da sua vida.
Muito mais importante do que qualquer decisão sobre qual ação ou FII comprar ou vender.
É uma decisão que, se você tomar errado, coisas terríveis podem acontecer.
Independentemente do seu gênero ou idade.
O seu potencial de acumular riqueza pode se reduzir a uma fração desprezível do que seria de outra forma.
E você corre o risco de perder até 50% do seu patrimônio literalmente da noite para o dia.
Isso é algo que nem o pior crash da história financeira poderia fazer!
E eu sei:
Quando o assunto é relacionamentos, é difícil ser friamente racional.
Muita gente é até filosoficamente contra isso.
“O coração escolhe o que ele quer, e a nós só basta segui-lo”, já me disseram.
Mas não há amor que sobreviva a brigas incessantes.
E, estatisticamente falando, questões financeiras são o fator que mais gera discussões e desgastes em qualquer casamento.
Além disso, se você é o tipo de pessoa que quer aumentar o seu patrimônio e tem objetivos claros de vida…
É só uma questão de tempo até você desenvolver rancor por um parceiro ou parceira que ativamente sabota esses objetivos.
Isso não significa que você precisa fazer uma avaliação financeira completa de uma pessoa antes de começar um relacionamento.
Mas significa sim que uma das coisas mais importantes que você precisa descobrir no início de qualquer relacionamento é atitude que a pessoa tem em relação a dinheiro.
Ou a coisa pode ficar feia…
Atenciosamente,
Hugo Teixeira